A Odebrecht Óleo e Gás (OGG), subsidiária do grupo Odebrecht, entrou na madrugada da última terça-feira com pedido de recuperação extrajudicial de US$ 5 bilhões na Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
Segundo explicou o presidente da OOG, Roberto Simões, a empresa foi obrigada a entrar com o pedido devido ao aumento de custos de diversos projetos — sendo o principal deles o cancelamento pela Petrobras do contrato de afretamento da sonda de perfuração ODN-TAY, em 2015. Além disso, o bloqueio a empresa ter sido bloqueada de participar de novas licitações da estatal.. Isso porque a medida vem dificultando a petrolífera a cumprir seus compromissos junto a bancos e demais credores.
O executivo destacou, porém, que dois navios-plataformas FPSOs não fazem parte da recuperção extra-judicial: o Cidade de Itajay, em operação no pré-sal na Bacia de Santos, e o Pioneiro de Libra, que chegou no último sábado à área de Libra, também no pré-sal onde vai realizar os chamados Testes de Longa Duração (TLD).
Outros dos navios de lançamentos de linhas (PSVs) também não fazem parte do plano de recuperação extra-judicial.
Segundo Roberto Simões, para que um pedido de recuperação extra-judicial seja aprovado é preciso que pelo menos 60% dos credores aceitem os termos. De acordo com o presidente, que disse estar otimista, o plano de recuperação foi aprovado por cerca de 70% dos credores.
— A robustez e solidez das negociações nessas dívidas negociadas conseguimos quase 69% de aprovação pelos detentores dos bonds (títulos). Isso mostra que cerca de 70% dos detentores da nossa dívida concorda com o plano de recuperação — destacou.
O executivo explicou que os ativos que entraram no pedido de recuperação foram seis sondas em operação para a Petrobras, pelas quais a empresa tomou empréstimos para sua construção. Desse total, quatro que tem vencimetnos de financiamentos (bonds) em 2022, e totalizam US$ 1,9 bilhão. Outras duas sondas, com financiamentos que totalizam US$ 1,1 bilhão, têm o vencimento previsto para 2021.
Além disso, também fazem parte do pedido de recuperação na Justiça dívidas corporativas no valor total de US$ 2 bilhões, que incluem entre os credores o Bradesco e o Banco do Brasil, com um total de US$ 550 milhões.
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Roberto Simões garantiu que, com exceção dessas dívidas arroladas na recuperação judicial, a OOG continua operando normalmente, mantendo em dia seus compromissos.
— Estamos absolutamente em dia com nossos compromissos, junto aos fornecedores e funcionários. Não temos atraso com ninguém.
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