A rede varejista Ricardo Eletro protocolou na última 3ª feira (13.out.2020) plano de recuperação judicial na 1ª Vara de Falência e Recuperações Judiciais de São Paulo. A empresa, parte do grupo Máquina de Vendas, tem cerca de 20.000 credores e uma dívida de R$ 4 bilhões.
Segundo o jornal Valor Econômico, que obteve cópia do plano, esse é o maior plano de recuperação judicial já visto no varejo. A companhia pretende formar unidades produtivas isoladas com imóveis do grupo. Ainda, 2 centros de distribuição próprios podem ir a leilão. A empresa considera também créditos fiscais como ativos para venda.
A rede varejista propõe que os credores com garantia real sejam pagos com valor de excedente de 1 caixa mínimo, definido em R$ 100 milhões. Ao valor nominal dos créditos será aplicado deságio de 85%. Os pagamentos vão privilegiar os “credores estratégicos” – os que são considerados parceiros e apoiaram o grupo no plano.
O mesmo acordo vale para credores que não tenham garantia real em somas superiores a R$ 3.500. Para valores de até R$ 3.500, o pagamento será de R$ 1.500 em até 2 anos a partir da homologação do plano.
Os credores trabalhistas têm 60 dias a partir da homologação para optar pelo recebimento. A companhia informou à Justiça que tem R$ 30 milhões disponíveis para o pagamento, valor que corresponde a 1/3 do total da dívida com trabalhadores.
A empresa estaria avaliando, segundo o Valor Econômico, vender marcas do grupo. Além da Ricardo Eletro, poderiam ser atingidas as marcas Insinuante, Salfer, Eletroshopping e City Lar.
Em agosto, ao anunciar que entraria em recuperação judicial, a Máquina de Vendas demonstrou interesse em atuar apenas no mercado on-line. Na época, todas as lojas físicas da Ricardo Eletro foram fechadas.
No plano protocolado agora, a empresa diz que “as recuperandas informam que estão alterando a denominação social da recuperanda RN Comércio Varejista S.A., a fim de ficar alinhada com os novos propósitos e a nova marca que será lançada oportunamente”.
Fonte: Poder 360